Faz uns dois anos mais ou menos que o GTD, ou “Getting
Things Done” chegou às minhas mãos, ou à minha caixa de entrada de e-mails. Meu
namorado (hoje ex) me ligou empolgadíssimo com a nova descoberta feita em uma
palestra em sua empresa. Era algo pros neurônios anelarem, já que sempre foi
amante inveterado da tecnologia como ferramenta para aprimorar a organização,
eficiência e dar conta de seu refinado perfeccionismo.
E olha como as coisas vem a calhar: uma namorada recém-descoberta
desorganizada crônica, perdida completa, no tempo, no espaço, na vida. Acho que quando
ele ouviu falar em algo pra ajudar a organizar a vida com o mínimo de esforço,
deve ter se sentido como um cavaleiro num mangalarga, trazendo o antídoto pras
desgraças da amada (seria o fim de muitos problemas e teria a
enoooorme gratidão da beneficiada – no caso, eu). Lendo suas palavras, achei
que valia à pena conferir: “Eu por ser organizado, fico estressado com esse
assunto, com organizar e etc... Mas esse método faz exatamente com q as
coisas fiquem sob controle, porém sem estresse! "
Quando abri o e-mail e vi a explicação ENORME do processo:
setas e linhas e traços e quadrados pontilhados e não pontilhados... minha cara
foi essa aí do lado:
M e u D e u s...
Por que essas explicações sobre minimalismos e simplificação
de vida ajudam taaantas pessoas a ter uma vida livre leve e solta... e pra
mim.. que tanto precisaria minimamente de um guia mínimo de organização... não
consigo nem sequer ler, LER a explicação?! Começo a me embananar toda com os
nomes e categorias de cada tipo de tarefa que nem lembro mais quais eram as ditas. E aquilo vai me dando uma raiva porque penso que, se aquilo era pra
ajudar a organizar, por que raios me ajuda a desorganizar a linha de raciocínio?
Devo mesmo ser muito tapada, pois quanto mais tentava me concentrar na explicação
do método, mais desespero me dava, e mais irritada eu ficava, e mais desapontado
e indignado meu ex se mostrava (coitadinho).
Ok... eu sei que este pequeno fluxograma (eu ODEIO essa
palavra) é algo que, com um pouquinho de paciência pode ser muito prático e
útil. Mas a começar pela primeira pergunta à informação que chega:
“Requer uma
ação?” (Bem... talvez sim, talvez não... ehrrr). Se sim, “Exige mais que uma ação”
(Ehrr, deixa ver...). Se não, “Vale à pena guardar?” (Se vale? Acho que não...
mas talvez sim, será que jogo fora? Ou será que espero pra ver?). Se exige mais
de uma ação, aquilo vai pra "Projetos" e então tenho de "planejar ações necessárias",
como uma "lista de ações a tomar"... “Leva mais de 2 minutos pra executar?" (Sei lá!).
Se não, "sou a pessoa certa pra isso" ou devo "delegar"? (Mas pra quem?!?!?!)...
Ok... só até aqui eu já teria gasto umas três horas (entre
pausas e postergações sofridas) só pra decidir sobre 1, uma, I tarefa! E
obviamente eu teria vontade de refazer minhas decisões dentro de algumas horas
ou dias, ou aquilo tudo ia perder completamente o sentido e acabaria num latão
de lixo.
Queria conseguir usar algo feito pra determinado fim, para
determinado fim (e com sucesso). Mas... acabei imprimindo o fluxograma e usando
o verso como rascunho. ¬¬