segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

TDAH num mundo de sonhos.

Não quero devanear.
Não quero sonhar.
Sonhos são impulsionadores.
Não. Sonhos são paralisadores.
Sonhos são grades, apartadores de realidade.
Não quero devanear.
Não quero sonhar.
Não quero parar, nem congelar, nem estagnar.
Eu quero viver! Meu Deus eu quero viver.
Quero que a engrenagem gire.
Quero começar e quero terminar.
Quero sentir vontade e colocar em ação.
Quero esquecer o que "por hora não dá" e quero lembrar quando der.
Quero fazer o que der. Quero agir o que der. Quero executar o que der.
Não quero planejar, concretizar e curtir em sonho.
Tudo começa com um sonho.
Não. Tudo se perde com um sonho.
Sonhar, pra mim, é perigoso.
É nele que tudo começa a morrer, sonhos e mais sonhos todos se engolem.
Sonhar é bom,  não digo que não.
Mas não quero mais sonhar.
Eu quero viver. Meu Deus eu quero viver.
O problema é que sonhos são grades, e estou do lado de dentro.
Como sair? Como fugir?
Sonhos são como laços, como cordas, como cheiro entorpecente, como isca viva.
Mal percebi e tchan! Pega de novo.
Estou no meio de uma ação, e olho pro lado.
E tudo se vai, tudo se perde, não sei mais o que estava fazendo, nem por que, nem como.
Não quero mais sonhar.
Não quero mais devanear.
Eu quero viver. Meu Deus eu quero viver.
Quero descer. Quero descer das alturas.
Quero caminhar na terra firme.
Se os sonhos forem minha pedra no meio do caminho, então quero tropeçar e seguir.
Nem que seja rolando.