sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Organizando-se para se organizar.

Faz uns dois anos mais ou menos que o GTD, ou “Getting Things Done” chegou às minhas mãos, ou à minha caixa de entrada de e-mails. Meu namorado (hoje ex) me ligou empolgadíssimo com a nova descoberta feita em uma palestra em sua empresa. Era algo pros neurônios anelarem, já que sempre foi amante inveterado da tecnologia como ferramenta para aprimorar a organização, eficiência e dar conta de seu refinado perfeccionismo.
E olha como as coisas vem a calhar: uma namorada recém-descoberta desorganizada crônica, perdida completa, no tempo, no espaço, na vida. Acho que quando ele ouviu falar em algo pra ajudar a organizar a vida com o mínimo de esforço, deve ter se sentido como um cavaleiro num mangalarga, trazendo o antídoto pras desgraças da amada (seria o fim de muitos problemas e teria a enoooorme gratidão da beneficiada – no caso, eu). Lendo suas palavras, achei que valia à pena conferir: “Eu por ser organizado, fico estressado com esse assunto, com organizar e etc...  Mas esse método faz exatamente com q as coisas fiquem sob controle, porém sem estresse! "
Quando abri o e-mail e vi a explicação ENORME do processo: setas e linhas e traços e quadrados pontilhados e não pontilhados... minha cara foi essa aí do lado:


M e u D e u s...
Por que essas explicações sobre minimalismos e simplificação de vida ajudam taaantas pessoas a ter uma vida livre leve e solta... e pra mim.. que tanto precisaria minimamente de um guia mínimo de organização... não consigo nem sequer ler, LER a explicação?! Começo a me embananar toda com os nomes e categorias de cada tipo de tarefa que nem lembro mais quais eram as ditas. E aquilo vai me dando uma raiva porque penso que, se aquilo era pra ajudar a organizar, por que raios me ajuda a desorganizar a linha de raciocínio? Devo mesmo ser muito tapada, pois quanto mais tentava me concentrar na explicação do método, mais desespero me dava, e mais irritada eu ficava, e mais desapontado e indignado meu ex se mostrava (coitadinho).
Ok... eu sei que este pequeno fluxograma (eu ODEIO essa palavra) é algo que, com um pouquinho de paciência pode ser muito prático e útil. Mas a começar pela primeira pergunta à informação que chega: 
“Requer uma ação?” (Bem... talvez sim, talvez não... ehrrr). Se sim, “Exige mais que uma ação” (Ehrr, deixa ver...). Se não, “Vale à pena guardar?” (Se vale? Acho que não... mas talvez sim, será que jogo fora? Ou será que espero pra ver?). Se exige mais de uma ação, aquilo vai pra "Projetos" e então tenho de "planejar ações necessárias", como uma "lista de ações a tomar"... “Leva mais de 2 minutos pra executar?" (Sei lá!). Se não, "sou a pessoa certa pra isso" ou devo "delegar"? (Mas pra quem?!?!?!)...
Ok... só até aqui eu já teria gasto umas três horas (entre pausas e postergações sofridas) só pra decidir sobre 1, uma, I tarefa! E obviamente eu teria vontade de refazer minhas decisões dentro de algumas horas ou dias, ou aquilo tudo ia perder completamente o sentido e acabaria num latão de lixo.

Queria conseguir usar algo feito pra determinado fim, para determinado fim (e com sucesso). Mas... acabei imprimindo o fluxograma e usando o verso como rascunho. ¬¬


quarta-feira, 6 de novembro de 2013

TDAH é chamariz de calote.

Temos cara de quem procura ser feito de trouxa?
Às vezes acho que sim. Essa... ojeriza de burocracia, de resolver pequenos e simples problemas quando surgem, essa postergação e asco de ao menos parar um minuto pra analisar o que fazer com algo que nos incomoda, que nos dá prejuízo, que nos rouba... nos torna mui desejáveis aos calotes. Rs
Quando vamos provar que nos devem... espere... cadê a nota fiscal? Cadê os papéis com os registros de pagamentos pendentes? Cadê a certeza acreditável de que já foi pago? (Mas foi? Não! Pera aí! Não foi não! Tenho certeza que não foi pago!)
-“Ah! Mas você sempre esquece tudo! É mais provável que você tenha esquecido que recebeu do que eu ter esquecido que não paguei...”
E agora? Diante da clássica verdade (dos esquecimentos e não dos pagamentos)... é enfiar o rabo entre as pernas e amargar mais uma vez o fato de não ter registro de nada, não ter se preocupado com nada e agora... só o buraco pra cobrir como de costume. Bem feito!
E quando deixamos de deixar muito claro e especificado os “termos de um contrato”? Achamos que nada vai dar errado, que não tem porque ratificar ainda mais a maldita burocracia que tanto nos irrita, que a pessoa com quem lidamos tem “senso”. Pois é... ela não tem. Esquecemos de explicar, esquecemos de perguntar, esquecemos de nos certificar e BAM! Cadê a pessoa? Ou cadê o pagamento? Ou cadê ao menos uma explicação? Uma satisfação? Um alô? Hahahahhahaha Tomaaaaaaaa!!!!
Investidores deveriam procurar mercados de TDAHs... iriam ganhar rioooos de dinheiro! Imaginem! Uma colmeia de trouxas dando até a roupa do corpo pra compensar a perda de papéis, contratos, notas, registros, por postergar e evitar pequenos aborrecimentos, confrontos, cobranças...

Recebemos um abacaxi e ainda pagamos o pato.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Enxurrada de imagens.

Clareza.
Desenvolvi já faz algum tempo um conceito e carinho especiais por essa palavra. Clareza... Clareza...
Solidez também. Solidez de pensamento, solidez de espírito... Solidez.
Ter clareza e solidez é mais do que organizar pensamentos. Mais do que conter ansiedades.
Ter clareza e solidez é tentar impedir que o milho estoure com o calor do fogo. Cada milho que estoura é uma imagem que pipoca na mente. São milhares, pipocando o tempo todo. Imagens. Imagens. Imagens com significados, sensações, sentimentos.
Como estar em paz? Paz é tão bom, tão bom sentir paz. Como estar em paz com o momento presente, com a lembrança passada, com o plano futuro se as imagens... Ah! as imagens... elas não sabem presente, passado, futuro. Não sabem ordem nem progresso. Nem hora nem lugar, nem bom nem mau. Elas só sabem existir.

Como fechar os olhos e escolher uma imagem apenas? Uma voz apenas? Uma pergunta? Uma resposta...? Como?