quinta-feira, 11 de maio de 2017

...

Já te engoli hoje?
Não lembro... Não lembro. 
Peguei o copo com água... coloquei os dois na boca e engoli. Ou teria sido ontem, como em todos os ontens, que fiz isso? Não lembro.

É um não saber.
E saber errado.
Saber-se errado. Incoerente. Inconcreto. Incompleto.
Imperfeito.

quarta-feira, 26 de abril de 2017

A todos que por aqui passaram...

O último comentário que recebi num post faz um tempo me fez prestar atenção e perceber que a maioria dos comentários deixados aqui exprimem o sentimento bom de "não estar sozinho". E como é bom não estar sozinho em horas escuras, não? Pode significar a diferença entre ser tragado por forças além de nossa compreensão e estar de alguma forma preso à algo seguro (pelo menos muito mais seguro que nossa mente em combustão).

Tive uma crise de ansiedade-maníaco-depressiva-louca uma vez rs. Cheguei em casa do trabalho. Minha colega de casa ia dormir fora, portanto, eu estava só. Conversei com uma amiga por telefone, falei do meu dia e, quando desliguei, me dei conta do quão triste eu estava. As lágrimas vieram em cascada, respiração encurtou e óbvio, quanto mais eu sugava ar pra dentro dos pulmões, mais falta de ar eu sentia. A boca e as mãos começavam a formigar, tontura, desespero. Controlar o pensamento e respiração aqui é vital, como mais tarde aprendi, mas o medo... ah o medo dificulta muito esse processo. É preciso alguém... um alguém, qualquer alguém. 

Deitada no chão numa nítida cena tragicômica liguei pro meu então namorado que morava à 2:30 hrs da minha casa. rs (nas horas de desespero não espere lógica ou inteligência, porque they'll fail you). O coitado não sabia o que fazer (como poderia?). Então eu pedi: liga pra alguém, eu não posso ficar sozinha aqui (e soluçava).

Bom... resultado é que uma amiga veio dormir em casa comigo (tenho graças a Deus bons amigos) e antes de ela chegar, a pessoa com quem falei no telefone láaa no começo do post me ligou de novo e entendeu imediatamente o que estava acontecendo. 

"Inspira devagar, expira. Inspira, expira. Presta atenção na minha voz. Devagar, vamos lá... iiiinspira, eeexpira...beeem devagar. Presta atenção, foca no que estou dizendo e em mais nada. Você tá deitada? Então continue assim...".

Essa que vos escreve é a prova de que o vórtice que me tragava então não concluiu seu feito. (Eis a ironia de "foco é tudo" afinal). Nem que seja numa voz amiga ao telefone ou num comentário de um post que nos ajude a ver que não, não estamos sozinhos...