segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

No title



9/2/19

Quanto tempo faz? Quanto tempo faz que não escrevo nada? Faz muito tempo. E aquela que produzia tanta ladainha era, afinal das contas, uma pessoa profundamente quebrada. Em muitos, muitos pedaços.
Em crise de ansiedade faz bem escrever, ao que parece. Eis aqui my come back.

Despedacei. Pensei que ia morrer. Não morri. Chorei. Chorei muito. Levantei. A vida caminhou a trancos e barrancos, desceu morros e subiu montanhas.
Arrumei trabalho. Paguei remédios. Viajei. Namorei, noivei e casei. Mudei a cidade, a casa e o nome.
Mudei sentimentos. Me fiz melhor e tive ajuda.

Mas lá naquele fundinho recôndito da alma da gente... que só às vezes aventuramos olhar porque por demais escuro e assustador... La estão as coisas que não conseguimos entender. E elas doem, sem resposta, sem pergunta nem por quê, sem explicação.

Hoje olhei pra uma pessoa e vi. Um fundinho recôndito e sombrio, preenchido pelo vazio. E foi como se aquele vazio gritasse pro meu vazio: “tem alguém aí? Sei que tem.
Isso já me aconteceu antes claro. E quando me gritaram eu respondi prontamente que sim! Havia alguém ali! Eu e meu vazio... não estávamos sozinhos afinal...
Descobri com isso que um espaço vazio não se preenche com mais vazio e hoje, quando escuto a mesma pergunta feita em silencio (porque é sempre em silencio), eu não quero responder. Não quero poder dizer que sim. Existe alguém aqui. Sozinho e sem sentido. Vazio, quebrado, dolorosamente remediado, segurando as amarras de um barco fantasma...