quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Quanto vale um valor?

Muito importante minha atividade mental ultimamente. Conjunta à inabalável “atrapalhação” que caracteriza minha vida, posso dizer: meu cérebro trabalha! (talvez por isso a atrapalhação, mas enfim...).

Dois anos de terapia (com alguém que, como eu, não entendeu muita coisa sobre mim, se atrapalhou e me atrapalhou também hahaha), um ano de profundas e dolorosas mudanças na vida (presente e claro, futura), paus de família e lavação de roupa suja, novos horizontes e o anseio medroso de ir até lá fizeram seu trabalho: hoje estatelo os olhos de repente e penso: eureka! Mais uma coisa de que me libertei!
Dessa vez a lâmpada ascendeu na palavra "valores".

Pré-escola, uma roda enorme de meninas prontas pra iniciar a brincadeira, quando de repente uma angelical garota diz: “a Ana não vai brincar”. (Risos agora: rsss)
(Hoje pergunto eu: por que eu?! Rs De tooodos os nomes que poderiam ter saído daquele bueiro, por que o meu?)
Tai... não sei. Só sei que tive de sair do circulo.

É claro que no decorrer da vida fui agraciada com fortes vínculos de amizade que cuido e prezo muitíssimo.
Mas acho que muito do desconforto que me sobrevêm dá-se por conta desse sentimento de inadaptabilidade social. Aquela maldita sensação de nunca caber confortavelmente no universo das pessoas. 
Num post sobre a solidão, o Alexandre (com licença Alexandre, estou te citando rs) fala que ela permite que ‘nós sejamos nós mesmos, sem reservas ou ressalvas’.
Numa festa à fantasia, podemos nos vestir de nós mesmos e gostar...
Embora de maneira diferente da pré-escola, ainda me pego na ânsia de falar, ouvir, agir como acho que se espera (fora o medo eterno de abrir a boca pra sair A gafe, né? rs mas isso é outra história). E veja bem: NÃO estou falando de se portar de maneira adequada a cada ambiente e situação. Falo de vestir valores diferentes dos meus, atitudes que revelem coisas que eu simplesmente não compro nem acredito. Em situações assim me vem um desconforto e desconsolo enormes, por atribuir aos meus valores, um valor tão baixo. Quando a visão que temos de nós mesmos não é lá aquelas coisas, nos deixamos à deriva de comparações, e o ponteiro tdahdiano sempre aponta pra 'menos' alguma coisa.
  

É meu dever respeitar os valores alheios que são simplesmente diferentes, nem melhores nem piores que os meus.
E é minha responsabilidade parar de ir à festa à fantasia vestida de palhaço.

2 comentários:

  1. Lindo, Ana!
    Você escreve muito bem e sabe nos traduzir.
    Quanto ame citar, é uma honra pra mim. Acho que ninguém nunca me citou antes, a não ser pra falar mal. kkkkk
    Continue escrevendo, nós precisamos de suas palavras.
    Abraços

    Alexandre

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  2. Obrigada Alexandre!
    Seu blog foi e é de muito consolo pra mim!
    Abração!

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