Andei lendo algumas matérias sobre distorções cognitivas e
reestruturação de pensamento através da terapia cognitivo-comportamental. Tenho uma amiga que tem uma visão muito positiva das coisas. Muita gente gosta de
estar ao lado dela (ou de alguém assim). Minha auto-estima é certamente algo
que não fica debaixo dos sapatos quando conversamos. E pensando nisso fui atrás
de comida pro meu cérebro.
As matérias eram interessantes, escritas por um mesmo autor,
um terapeuta da linha que já mencionei.
Realmente pensar positivo, ser mais ativo e desenvolver uma
melhor estima requer um desejo sincero e um esforço concentrado, ainda mais para quem já desenvolveu
(como eu) um padrão ou hábito de pensar negativamente. É como aquele caminho
que se faz na grama. De tanto passar, vira uma trilha de terra. E daí: caminho
aberto, caminho fácil, caminho lógico, natural, sempre percorrido.
Já faz um tempo considerável que percebi que minhas trilhas
normalmente iam direto para desgraças: um erro= fracasso completo, uma palavra
impulsiva=idiotice completa, um não=rejeição completa e assim vai.
É claro que o TDAH dá uma ajuda aí, pisando com patas de
elefante no meu lindo gramadinho. Andei, andei, andei com a nítida sensação de
estar indo pra lugar nenhum e quando percebi, esse caminho já era uma estrada
pavimentada, estruturada e em excelente estado de conservação.
As matérias sugeriam abrir novos caminhos, mesmo que seja
utilizando facões pra tirar o mato alto da frente. Desde que comecei o tratamento
tenho descoberto o quão amplo é o campo de possibilidades pra se abrir uma nova
trilha. Mas manter um diálogo interno mais saudável, ou seja, mais voltado para
a realidade e menos para generalizações de desastres homéricos, e com ele estabelecer
prioridades e evitar postergações é o que de mais difícil encontro. Tento focar
no que o terapeuta disse: fazer o que tenho de fazer mesmo sem ter vontade ou
querer. Mas ainda me atinge aquele raio: “o que” exatamente fazer primeiro, sem vontade
ou querer? O que é mais urgente? Tudo parece urgente! rs Conseguir estabelecer prioridades, confiar no meu
critério e me apegar a elas, uma por vez, ainda é a pior das minhas dificuldades.
Mas enfim...
“Pensando positivo”, pelo menos já posso calçar meus
Timberlands e amolar o facão.
- Civilização, estou oficialmente a deixar a
estrada
pavimentada e a me embrenhar mato à dentro. Atravessarei com esforço os terrenos pantanosos. E sigam-me os bons!
Ana, mal conheci teu blog e já o li de cabo a rabo. Tua escrita é muito sincera e divertida. Recentemente me descobri com TDAH também, então ri muito com algumas histórias tuas (só quem compartilha da dor pra poder rir das mesmas ao se reconhecer nelas). Continue escrevendo, e desejo-te melhoras no tratamento. Ganhastes um seguidor. Abraço!
ResponderExcluirOlá!
ExcluirSabe, comigo aconteceu exatamente a mesma coisa! Eu lia coisas nos blogs que hoje sigo e daaaava risada! rs É dor misturado com alívio de não se estar mais sozinho! :)
Muito obrigada por suas palavras elogiosas. É sempre um incentivo!
Grande abraço e até breve ;)
Ana.
Pois é, faço minhas as palavras de "Just me"
ExcluirUnidos venceremos "Somos todos iguais, braços dados ou não"
:)