Sempre soube. Mas dessa vez foi diferente. Veio como uma espécie
de iluminação.
Pensar no amanhã e sentir um frio na barriga, de medo. Medo
de ter que encarar, de não ter saída porque ele vai chegar. E esse a gente não consegue postergar de jeito nenhum.
O medo é
verdadeiramente paralisante. Comprime o peito e faz um peso enorme nas costas. É
solitário. Totalitário. Passei tanto tempo imersa nesse medo que agora, pela
primeira vez em muito tempo (com a clareza que a informação, autoconhecimento e
um BOM médico proporcionam), paro no meio de alguma tarefa idiota e abro um
sorriso. Abro um sorriso quando percebo que... tá tudo bem.
No passado, sempre que experimentava melhora, ficava crente
de que dali por diante seria diferente. Logo ia assumindo compromissos,
mirabolando milhões de planos.
Mas claro, a rotina cheia e fechada, o acúmulo de obrigações,
tudo começava (novamente) a perder o sentido e a dar lugar à postergação, à
ansiedade, à desorganização, confusão, depressão. Ou às vezes o cansaço mental simplesmente,
a depressão, levava à postergação, ansiedade e por aí segue a fila dos
sintomas.
Ontem, no entanto, me peguei no pulo do gato. Rotina começando a apertar,
cabeça começando a cansar. Senti o cheiro da fumaça. Senti medo.
“Mas e todas essas cabeças que ainda estão a pleno vapor...?"
Não. Não. Na na ni na Não! Não se compara cabeças! (Eureka!)
Não posso comparar as tonalidades de cinza pra ver em qual se encaixa a minha massa cinzenta.
Hora de reavaliar prioridades. E minha cabeça é, sem dúvida,
uma delas.
Sempre soube. Mas dessa vez foi diferente. Veio como uma espécie
de iluminação.
Pensar no amanhã como vida e não como obrigação, é maravilhoso. Um
sentimento de gratidão simplesmente. E agora é uma boa hora pra abrir um
sorriso e perceber que sim... tá tudo bem.
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