terça-feira, 11 de dezembro de 2012

'Be the better man' - Charles Xavier

Pensei muito esses dias naquela quantidade significativa de palavras que saem de uma vez, num tiro, da boca de uma pessoa. Quantas seriam realmente necessárias pra atingir um ponto?
É desesperadora a sensação de não conseguir se fazer entender, mas existe um momento em que a mera tentativa ou a insistência nisso passa pro universo do ridículo. Eu me vejo às vezes, me observo de alguma esquina. Quantas vezes o silêncio teria sido a melhor resposta? Quantas vezes eu deveria ter virado as costas, simplesmente, e passado adiante? 
Quantas vezes as palavras acabam ganhando calibre, a melhor defesa vira o ataque e a vitória... é vitória mesmo? Hoje percebo, não sem um certo sentimento de embaraço, que a verdadeira vitória é ser “superior” e conseguir abandonar um ring imaginário.
Escuto muitas críticas à racionalidade. Ser passional e confiar no coração é algo que se prega em especial demasia hoje em dia. E me atrevo a dizer que é exatamente por isso que muitas vezes vemos seres humanos agindo e interagindo de formas animalescas e se mostrando orgulhosos disso. 
Ser emoção, ser sensível, ter coração não significa que a pessoa tenha de abandonar algo tão importante, útil e amigo como o cérebro e a capacidade de ter e demonstrar discernimento. Muitas vezes o tratei como coadjuvante e rejeitei a ajuda que o lado racional poderia ter me provido.
Não digo que defender um ponto de vista ou falar do que se acredita deva ser simplesmente inibido. Não somos seres que podem ser facilmente acuados, acho ainda que isso seria praticamente impossível. Mas quando nos sentimos verdadeiros revolucionários anarquistas na conquista pela justiça, me pergunto: acreditamos realmente na “justiça” que pregamos?
Se sim, então por que gastamos uma ENORME quantidade de palavras no empreendimento perfeitamente descrito por Renato:

“...o que eu mais queria
era provar pra todo mundo
que eu não precisava
provar nada pra ninguém.”?


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