sábado, 29 de junho de 2013

Sem título.

A dor quebra inibições. 
É como se fosse a certeza de um fim... 
o que importam as convenções?

terça-feira, 25 de junho de 2013

Ver ou não ver... eis a questão!

O mundo é tão cheio de cores né? Tão vivo, excitante. Cada dia uma nova oportunidade: de crescer, de aprender, de sorrir e amar.
E as manhãs são sempre assim. Aquele soninho. Banheiro, lavar o rosto com sabonete cheiroso, escovar os dentes brancos e alinhados, vestir a roupa favorita (ok, às vezes tem que ser aquela que ta lá mesmo) e sair pro trabalho.
Trabalhar é muito bom. O trabalho enobrece o homem, como já diria Weber (foi ele mesmo? Bah! Enfim.). Passar por rostos dispostos dos amigos, dando “bom dia!”. Alguns problemas sempre acontecem no trabalho, rola aquela pressãozinha.  Mas isso é normal certo? Um pouco mais de empenho e o famoso “no final dá tudo certo” é a conseqüência.
Amigos... ainnnnn amigos adoradíssimos! Amigos legais, amigos animados, amigos engraçados, amigos estilosos, amigos que elogiam, que nos põem super pra cima, que são companheiros a qualquer hora, que dão o abraço do “vamos celebrar a vida!”. Sair pela noite, pra lugares super legais... nunca dá vontade de voltar pra casa. É bom pensar no sempre mais... tanta energia pra gastar, tanta vida!
Falando em energia, parte dela quando dedicada a estudos e hobbies... muito produtivo, hein!. Sempre bom renovar. Sabe... começar coisas novas e ao final, quando chegar a conclusão, poder dizer: mais um pro meu currículo, com certificado e tudo! Cursos artísticos também ajudam na área intelectual, a ter assuntos variados pra conversar, impressionar um pouco quem sabe, e por que não? 
Porém, nadica dessas coisas faz muito sentido sem amor não é? Aquele amor aconchegante, companheiro, seguro. Aquele amor carinhoso, que consola nos maus momentos, que ri nos bons momentos, que acompanha o ser amado pra onde quer que for, como um fiel escudeiro. Aquele que o admira, e o faz sentir único. Que diz as coisas que se quer ouvir com um tom doce, manso, sereno como um riacho sem curvas.

O ponto é que são muitas coisas pra dar conta, entende? Amigos, família, relacionamentos, baladas, cervejadas, responsabilidades no trabalho e estudos e dinheiro, argh! As coisas parecem pequenas, mas se acumulam, dá aquela atrapalhadinha. BENDITA hora que Steve Jobs colocou no mundo o Ipad, pod, fone. Tudo de bom isso! Organiza que é uma beleza!

Mas... tem um mundo... sabe? Parece um universo paralelo. De pessoas meio estranhas, meio loucas, meio bagunçadas, com coisas inacabadas, mal humoradas, ou risonhas demais, imprevisíveis, que choram por nada, que chocam, que são desengonçadas, que são agressivas, que deprimem diante de problema algum, que se perdem toda hora, ai que cansaço dá só de imaginar isso... Esse mundo deve ser deixado pra trás. Habitá-lo, com essas pessoas é atraso de vida e na verdade, o mundo real não é aquele mesmo! E se for? Oras então pior cego é aquele que quer ver! Melhor andar de óculos escuros mesmo (Ray Ban é claro).

Você, que deu uma olhadela nesse mundo louco, e saiu depressa, sem olhar para aquela mão estendida com medo de se contaminar... Digo: fez bem.

Espero que nunca precise de ajuda como aquelas pessoas precisam. Porque nesse dia descobrirá que pôneis e oompa loompas a serviço de Willy Wonka não existem de verdade...
(E isso seria muito triste, não é mesmo?)

Pergunta e resposta.

O que se passa com seus dedos?
O que se passa com seus medos?

Aqui tão longe, tento não pensar!
Só tento...

Queria ser como o vento!
Tocar em seu rosto de repente, suavemente,
E saber se está chorando ou se está sorrindo,
Se está cantando ou se está dormindo,
Se me quer perto ou livrar-se de mim.

 x-x

Meus dedos ora se arranham ora se curam
Os medos, como ondas do mar - perduram.

Aqui longe, pra onde ir?
Tento não pensar...

Às vezes queria ser porto e não veleiro.
E ver sempre horizonte, ter sempre esperança...
Estável e ainda assim livre, puro, verdadeiro...
Como veleiro, parece sempre um partir, sem fim.
Mas não é de ti que fujo. É de mim.






sábado, 8 de junho de 2013

A luta pela sobrevivência.

Hoje passei o dia entre o “vamo lá” e “ah! chega, chega, chega, não agüento mais”. Minha cabeça entrou em atividade mais frenética que de costume e não sei, somando a depressão vem a completa paralisia. Meu corpo vira uma bomba implosiva. Os problemas se acumulam todos, as pressões e claro, a incapacidade de pensar claramente nas soluções me deixam o bagaço da laranja. A dor aparece e escapa por entre os olhos molhados.

Escutei minha mãe falando de um filme que estava vendo sobre uma mulher com depressão. Fixei a idéia e tentei por todos os meios ver o filme na net Claro, tive de ouvir Ashley Judd falando com a mesma voz de todas as mulheres que aparecem nos filmes da sessão da tarde. Enfim.

Filme cru como nunca vi. Me encontrei em tantas cenas que me senti como quando descobri o tdah lendo os blogs que hoje sigo. Tragicômico. Os sentimentos eram reais e alguém os filmou! Não era só coisa da minha cabeça. Se alguém se atreve a dizer que depressão é falta do que fazer, deveria engolir a seco o DVD. Pensei nisso e no tdah também, porque só quem passa por um transtorno desses entende. Prejuízos. Prejuízos reais. Dores reais. Solidões, confusões, desilusões reais. Lutas, e força e perseverança e garra e fé reais.
A luta pela vida é algo que admiro imensamente. E de fato, lendo relatos de tantos como eu, que deixam seus importantíssimos comentários aqui, lendo blogs de companheiros e amigos, eu vejo: todos nós estamos lutando de um jeito ou de outro pra sobreviver.
E as diferentes fases em que nos encontramos mostram que nunca desistimos, quer estejamos melhores, quer em processo de melhora.
Um exemplo do que estou dizendo se encontra num fantástico comentário que me fez pensar muito, da Victoria, no post Saudade. Eis:

Hoje com 31 anos e diagnosticada ha alguns meses, vejo tudo o que fiz que poderia ter feito diferente e, não teria perdido amores e amigos. 
A Ritalina me mostrou o que sou e posso ser, do que fui - que não era eu, definitivamente.
É triste, desesperador, depressivo, ansioso, vergonhoso. E não me refiro a casos graves, não. É o falar demais, impulsivamente, criticar os outros ao extremo e.. para outros. Falar demais. Sentir raiva, inveja, ira. Como eu era dificil, como minha vida foi complicada e ninguém tinha ideia de que existia um tal de TDAH.”

Pois é. Pra mim, processar informações quando descobri o que tinha foi igualmente doloroso. Mas eu, ela, todos nós estamos aqui né? Compartilhando experiências e nos ajudando a superar! A dor vem, mas que conforto saber que não se está só...

Uma amiga, que luta contra a depressão bipolar, me ligou hoje, pra me animar, encorajar, escutar meus desabafos.
Minha estima já não estava em processo de cremação. Ao fim da conversa, ela disse essas palavras, aí vai:

-Ana, fica bem, não desce das tamancas. Sei que é difícil, mas... minha amiga, tem algo que precisamos a todo custo fazer, custe o que custar. Teremos que dar um jeito.
-É mesmo? O que???!!!
...
-Comprar um balão de gás hélio!

Hahahhahahhahahahahahhahaha

Então é isso. Combinamos uma sessão via skype.
Rir é um santo remédio e o preço do gás compensa.                                               
                          

É que são tantas opções...!

Levantei hoje por força da barriga. Fome é um grande incentivador.
Lá vou eu com o pão, manteiga e café com leite. De manhã, a vantagem é essa: preocupação: onde está o pão, a manteiga e só. Porque o leite ainda sei que só poderia estar na geladeira.
Existem milhões de coisas que se pode fazer num sábado (além das que tenho ou teria de fazer) e escolher por onde começar e que ações tomar é algo que só penso depois de comer. Minha atenção é só do pão e do café.
Ok mentira. rs Ahhhh mentiraaaa. Mas eu tento pelo menos.
Abri a net: Gmail, Folha de São Paulo Colunas (porque me mandaram link por e-mail), pesquisa pelo filme As faces de Helen (que minha mãe disse ser muito bom), blog, e um poema (que achei lendo a coluna da Folha. rs).
E aí... que grata surpresa coincidente! Eis aí o poeminha de hoje. Poeminha de Sábado, Domingo, Segunda...
Poeminha pra quem está tentando fazer algo, ou vários algos, e talvez... lendo isso ao mesmo tempo.
;)

Ou isto ou aquilo - Cecília Meireles

OU se tem chuva e não se tem sol
ou se tem sol e não se tem chuva!

Ou se calça a luva e não se põe o anel,
ou se põe o anel e não se calça a luva!

Quem sobe nos ares não fica no chão,
Quem fica no chão não sobe nos ares.

É uma grande pena que não se possa
estar ao mesmo tempo em dois lugares!

Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,
ou compro o doce e gasto o dinheiro.

Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo...
e vivo escolhendo o dia inteiro!

Não sei se brinco, não sei se estudo,
se saio correndo ou fico tranquilo.

Mas não consegui entender ainda
qual é o melhor: se é isto ou aquilo.



Terapia comportamental.

7/6
Eis Junho.Chegou.
Mais uma vez reclamações parecidas ao psiquiatra. Dessa vez receita de terapia comportamental.
Por que preciso de alguém que monitore meu comportamento? Por que preciso de alguém que me ajude a organizar minhas próprias idéias? Alguém que me cobre, que me policie, que avalie meu progresso e me faça sair do atoleiro?
Por que preciso de alguém que me dê segurança na hora de agir, na hora de fazer escolhas? Por que preciso de alguém que me dê animo pra continuar, que me ajude a pensar positivo, que me ajude a esquecer menos, que me ajude a atrasar menos, que me ajude a desistir menos? Que me ajude a ter maior resistência diante de grandes frustrações, que me ajude a procurar soluções para os problemas que aparecem, ao invés de simplesmente entrar em desespero e cansaço. Alguém que me ajude a honrar meus compromissos, que ajude a ter mais serenidade, mais tranqüilidade, mais razoabilidade?
Por que, por que preciso de alguém que me ajude a arrumar meu próprio quarto, meu próprio guarda-roupa, meus instrumentos de trabalho, meus sapatos, minha vida? Alguém que me ajude a ter e manter um trabalho, alguém que me chame à realidade, que me impeça de paralisar, que me traga de volta de um mundo que só existe na minha cabeça...?

Não sou contra terapia. Nunca fui. Pelo contrário. Fiz anos. E sempre soube que hora ou outra teria de voltar. Me viro bem sozinha, mas isso tem prazo de validade. Realmente os profissionais da área têm razão: medicamentos casados com terapia. É uma união necessária, mas... cara. Muito cara. Psiquiatra é caro, remédio é caro, terapia é caro.

Não posso deixar de me perguntar aqui, só como um simples desabafo para mim mesma: por que preciso de alguém que me ajude a fazer o que todo mundo faz e sem ter que gastar o salário todo pra isso?

Resposta?

Bola pra frente.