quinta-feira, 21 de junho de 2012

Remédios - Nos fazem Frankeinsteins?


Quem já passou, sabe (cerca de 250 milhões de pessoas ao redor do mundo com certeza sabem): uma leve movimentação nas placas tectônicas e lá vamos nós: uma descida frenética e assustadora que pára, como diria um grande amigo, no porão do mais profundo poço. Lá dentro só uma pá com um lacinho delicado escrito: “encontre a saída”. E a gente cava! Saí cuspindo terra, mas lá estamos... do lado de fora. (De novo).

Foi no meio de uma dessas quedas e novas escavações que acabei saindo na porta do Dr. Sandro.
Quando se fala em tristeza, lágrimas e vontade de morrer, em menos de 5 minutos o ser humano sai da sala do psiquiatra com a receita, que ele acredita ser a da felicidade. Esperança é bom. E lá começa a via crucis...

Antidepressivos que trabalham com a serotonina baixam a dopamina (sim! quando nos fazem falta descobrimos que neurotransmissores têm nome!). Se a vítima tem problemas com a serotonina, que ótimo. Como meu caso era falta de dopamina (mas como saber sem testar?) quase fui a óbito.
E realmente funciona assim: tudo dá trabalho e não tem sentido. Então... por que fazê-lo? Por que comer? Por que levantar de manha e escovar os dentes? Por que sair de casa? Por que sorrir? Por que ter contato com pessoas? Por que trocar de roupa? Por que?
É claro que a essa altura não existe mais emprego, nem mais projetos, nem mais vida social.
Mas hein??? Desistir??? JAMÁS!

Substituindo uma substância por outra, as coisas mudam (não mudam?).
Pode-se aí experimentar ter mais energia, mais vitalidade, mais vontade, mais desejo, mais rapidez, mais agressividade, mais irritabilidade, mais impulsividade, mais instabilidade... (pausa para risos). E aquela pessoa chorosa e passiva transforma-se agora num vagão de trem desenfreado, numa Tilikum pronta a atacar as pessoas que mais preza. (pausa para o choro).
Oras... adicionemos aí então, um estabilizador de humor, ou um calmante, no meio dá até pra ter um psicoestimulante pra ajudar na concentração. Agora a pessoa pode estar mais amável, mais companheira, mais ativa, mais atrapalhada, mais perdida, mais louca, mais triste, novamente... NOVAMENTE??? Céus, e lá vamos nós de novo... 
(Quantas horas ficarei zelando pelas paredes dessa vez?)

“O que? Você está confuso? Quer saber por que me sinto assim? O que houve comigo? Por que ajo assim? Quem sou eu? O que quero e pra que vim?”

Pergunta valendo um milhão de dólares: “O que neste mundo faz alguém pensar que o despirocado tenha essas respostas e não esteja mais, muito mais que qualquer um, à procura delas também?"

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