Eu estava conversando com uma amiga sobre o amor e a
felicidade em um relacionamento. Para uma pessoa com problemas emocionais, o
amor causa uma certa preocupação.
Aparentemente temos uma distinta incapacidade de
autocontrole, ou o controle de certos aspectos do nosso comportamento. (Não estou
dizendo que somos psicopatas, fazendo o que queremos sob a "desculpa"
de um problema emocional). Podemos ser quentes e meigos, também frios e rudes.
Nós podemos rir e contar piadas ou chorar e ficar melancólicos. Podemos estar
presentes e de repente desaparecer. As oscilações de humor nos fazem uma montanha russa.
Além disso, somos intensos, o que significa que podemos
entrar “numa briga” por quase tudo o que realmente acreditamos ou consideramos
importante. Muitas vezes tive de explicar às pessoas que eu não estava com
raiva ou qualquer coisa assim. Eu estava simplesmente falando com paixão sobre
algo que me desperta paixão. É natural
expressar idéias de forma visceral, não é? Resposta: Não, não é. Para os
iguais, talvez, porque estes seres mais “sensitivos” percebem a diferença entre uma defesa
empolgada de um ponto de vista, de uma reação estúpida e não inteligente do
ponto em questão. Não existe visão mais concreta dessa situação que a de uma
família italiana em uma reunião anual: eles argumentam, eles batem na mesa, eles gritam, eles ficam
vermelhos, eles se abraçam apertado, e riem. Loucamente! Mas para uma pessoa de
fora a visão é um tanto assustadora! E assim somos nós e nosso comportamento
para com a pessoa que está ao nosso lado. (Somos assustadores.)
Minha amiga surgiu com a solução de ouro, dizendo que é
apenas uma questão de “suavizar o áspero, suavizar é a palavra, mostrar e dizer
as coisas certas", quais sejam: doçura, bondade, beleza e meiguice:
- Oh querido, eu estou chorando porque eu ahn ... tive
uma briga com o...cachorro da vizinha que não pára de latir ...! Mas eu te amo,
eu te quero, eu preciso de você, eu te adoro! Me abrace forte meu super-homem!
- Oh querida, vem cá!
(Pausa para OH MY GODÍNES!)
Voltando. Concordo plenamente que falar sobre problemas de
saúde é um problema. Eu realmente não acho que as pessoas deveriam começar
relacionamentos com base nisso. Mas vamos ser Frank: o que neste mundo eu iria
dizer durante um surto de lágrimas (além da coisa do cachorro)? "Oh
querido, eu senti muito sua falta, por favor, me beija"? Outra sugestão dela
foi dizer: "Eu estou indo pro mercado" - daí se chora horrores com os
amigos pra voltar pro bonitão completamente recuperada! Outra seria ir ao
banheiro, chorar com o rosto enterrado em uma toalha para evitar ruídos e, em
seguida, sair e dizer que é um terrível resfriado (realmente não achamos
que é possível cobrir com maquiagem um rosto muito vermelho).
Sim, sim, ser a namorada que molha a manga da camisa do
namorado com lágrimas é chato, é cansativo, é deprimente. E não é isso que
queremos em um relacionamento, é?
(Não, não é!)
Mas você sabe o quê? Pois é! Isso não funciona! Nós não
podemos controlar as lágrimas quando querem sair sem razão alguma. Não podemos
rir de forma convincente quando estamos cansados de fazê-lo por muito tempo.
Não podemos falar mansinho, quando é difícil até para respirar.
E não estou falando apenas de lágrimas, não. Estou falando
dos outros comportamentos "perturbadores" que infelizmente nem sempre
conseguimos controlar (apesar de grandes esforços e melhorias), tais como
agressividade, impulsividade, irritabilidade, períodos anti-sociais e assim por
diante, misturados com nossos traços de personalidade (forte, claro. Afinal de
contas, somos fortes!). - É impossível ser uma Playboy bunny quando se está
prestes a comer a própria mão pra evitar a probabilidade de bater em alguém. (E
eu sei o que você, leitor, está pensando: "Todo mundo fica com raiva de
tempos em tempos" ou "todo mundo fica anti-social às vezes, ou diz
algo rude" É verdade, mas há uma diferença, sabe?
Fre ci e INTENSIDADE.
quên a
Você pode facilmente entender o que quero dizer se viver uma
estreita relação afetiva com um TDAH por um tempo. Existe um esforço enorme pra
evitar magoar a quem amamos. Exercer autocontrole é algo que almejamos e
desejamos. Demonstrar que nos importamos, que estamos tentando. E quando
falhamos, a dor e a culpa são realmente muito grandes - quer sejamos mulheres,
quer homens).
Como "suavizar" isso? Acampar no banheiro? E ele
(quem quer que "ele" seja) não iria perceber? E se não
percebesse, bem... honestamente, que tipo de ser humano gostaríamos de ter ao
nosso lado? (Um tapado, eu assumo, é absolutamente o que não queremos.).
Queremos homens fortes que amam mulheres que lutam pra serem
fortes todos os dias, melhores todos os dias, merecedoras de amor, e a quem
possam orgulhosamente dizer:
“You see everything
You see every part
You see all my light
And you love my dark
You dig everything
Of which I'm ashamed
There's not anything to which you can't relate
And you're still here…”
You see every part
You see all my light
And you love my dark
You dig everything
Of which I'm ashamed
There's not anything to which you can't relate
And you're still here…”
(Everything - Alanis Morisset).
Menina, você escreve bem pra caramba!
ResponderExcluirMuito legal esse post.
Dá o que pensar, parabéns de novo.
Alexandre
Oi Alexandre! Muito obrigada. Vindo de vc fico lisonjeada!
ResponderExcluirFalar de amor dá sempre o que pensar, né? Ainda mais pra nós! Uma verdadeira saga! hehehehe
Grande abraço!