domingo, 29 de julho de 2012

Pó do Pilim pim pim.


A princípio eu achava que antidepressivos e afins eram poções viciadoras que deixavam a pessoa completamente out-of-the-universe, com olhos estatelados como ovo com gema mole.

Daí, dor vai, dor vem. Confusão vai, confusão vem. Desorganização vai, desorganização vem. Projetos inacabados vão e não voltam mais.
Remédios são reconsiderados. Tomamos um, tomamos outro, trocamos doses e funções. Pode ser voltado pra um problema, pode ser pra dois. (E sempre consideramos que pode ser pra nenhum também).
O tempo passa e é difícil não acreditar, em algum momento, que gastamos um suado dinheirinho com placebos. Ficamos hora bem, hora mal. E devo dizer que muito mais horas mal que bem. Então qual é a finalidade dessas porcarias?
Posso comer a língua com sal, mas a perseverança traz alguns frutos meio surpreendentes.
Meu irmão hoje olha pra mim e diz: “Puxa... como você é legal quando está bem da cabeça!”
Dei risada.
Estar bem da cabeça? Estar bem da cabeça...
Paro por um momento e lembro que tenho uma cabeça. (Já fazia um tempinho que ela não pesava, não gritava, não babava, não se debatia. Não arquitetava rotas de fuga, nem ameaçava se rolar corpo abaixo... Logo, me esqueci dela.).
Mas estava ali! Tão leve quanto um comprimido de Wellbutrin e de Neural juntos...






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